quarta-feira, 10 de agosto de 2016

VMware Virtual SAN 6.2 – Parte 1 – Introdução

                 

Há algum tempo fiz alguns posts (post 1, post 2) sobre o VMware Virtual SAN (VSAN), a solução de armazenamento definido por software (SDS – Software Defined Sotrage) da VMware. Já faz um bom tempo que estes posts foram escritos e de lá pra cá muita água já passou por debaixo dessa ponte. Por isso resolvi escrever uma série de posts para tratar do Virtual SAN, uma vez que essa é uma das principais soluções quando falamos de infraestrutura hiperconvergente, que sem dúvida é a nova tendência do mercado e logo mais deve explodir também aqui no Brasil.

Software Defined Data Center

Provavelmente você já ouviu falar do Software Defined Data Center (Datacenter definido por software), e deve se perguntar o que exatamente é isso e como funciona. Resumidamente o SDDC é uma evolução da tecnologia de virtualização para outras áreas da infraestrutura de um datacenter (rede, armazenamento, segurança) permitindo a criação de camadas de abstração dos recursos de infraestrutura, automatizando todo o fornecimento e o gerenciamento desses recursos através de software.

Basicamente são 3 os pilares de um SDDC:

- Virtualização de servidores;
- Armazenamento definido por software (Software Defined Storage - SDS);
- Rede definida por software (Software Defined Network – SDN);


Como você já deve imaginar o VMware Virtual SAN se encaixa no conceito de SDS.

Software Defined Storage

Há algum tempo atrás a camada de armazenamento principal de um servidor era interna, porém devido ao aumento na demanda por capacidade, proteção e até mesmo um gerenciamento mais centralizado, surgiu a necessidade de criar sistemas mais robustos para gerenciar e manter as áreas de armazenamento. Diante disso foram criadas as redes de armazenamento SAN (Storage Area Network) e NAS (Network Attached Storage), compostas de uma rede Fiber Channel ou Ethernet e de equipamentos dedicados para o armazenamento de dados (Storage Arrays).

Com o passar do tempo, algumas organizações perceberam que essas redes de armazenamento estavam se tornando mais complexas com relação ao gerenciamento, à capacidade de expansão e também com relação ao custo. Então por volta de 2013 surgiu um “novo” conceito na arquitetura de soluções de armazenamento, iniciando um novo ciclo nessa área, retornando a camada de armazenamento para dentro do servidor, mas dessa vez sendo gerenciado por um software mais inteligente e capaz de fornecer serviços de dados (dedup, compressão, snaps e etc...).

De acordo com a SNIA (Storage Networking Industry Association), SDS pode ser definido como:

Virtualized storage with a service management interface. SDS includes pools of storage with data service characteristics that may be applied to meet the requirements specified through the service management interface.

Uma das principais características do SDS é a possibilidade de se utilizar um hardware independente, desde que este atenda aos requisitos da solução desejada. Atualmente são várias as soluções de SDS disponíveis no mercado, cada uma com as suas características. Além do VMware Virtual SAN, outros exemplos de soluções de armazenamento baseadas em software são o EMC Scale IO, o Microsoft Windows Server Storage Space e o Red Hat Gluster.

Agora que já temos um entendimentos dos conceitos de SDDC e também de SDS, vamos conhecer mais sobre o VMware Virtual SAN?!

VMware Virtual SAN 6.2

O VMware VSAN é uma solução de armazenamento distribuído baseada em software que foi construída diretamente no kernel do ESXi. Diferentemente de outras soluções de armazenamento baseadas em software, o VSAN não necessita de um appliance virtual (VM) rodando em cima do hypervisor, ela está diretamente embutida em seu kernel. Além disso, todo o seu gerenciamento é feito pelo próprio vSphere Web Client, oferecendo assim uma interface única de gerência para seu ambiente.

Basicamente um cluster VMware VSAN utiliza 2 ou mais hosts físicos que possuem uma combinação de discos magnéticos e discos flash (configuração híbrida) ou somente discos flash (configuração all-flash), contribuindo com o cache e a capacidade de armazenamento, para fornecer um datastore distribuído.


Dentre as principais características da VSAN estão:

Eficiência no armazenamento: o VSAN fornece um conjunto avançado de características de armazenamento, incluindo desduplicação, compressão e erasure coding (RAID 5/6), capaz de entregar mais área de armazenamento do que de fato existe fisicamente, a um custo muito mais baixo.

Escalabilidade: o VSAN possui uma arquitetura distribuída que permite que o cluster cresça a medida que for necessário, de forma não disruptiva a partir de 2 até 64 hosts por cluster. É possível crescer a parte de desempenho e capacidade em conjunto, adicionando um novo host ao cluster (conhecido como scale-out) ou crescer a parte de desempenho ou capacidade independentemente, adicionando novos discos aos hosts (conhecido como scale-up).

Gerenciamento e Integração: o VSAN não exige que nenhum software adicional seja instalado. Todo o gerenciamento e monitoramento pode ser feito pelo vSphere Web Client, além disso se integra completamente com as principais funcionalidades do vSphere, incluíndo vMotion, HA/DRS e Fault Tolerance.

Automação: através de um modelo de gerenciamento baseado em políticas, permite que o provisionamento do armazenamento e dos níveis de serviços desejados (proteção, disponibilidade, desempenho) para as VMs sejam automatizados.

A maneira mais rápida, prática e segura para montar um cluster VMware VSAN e através da aquisição de uma solução hiperconvergente que já vem preparada e previamente configurada com o VSAN , como o EMC VxRail, ou então através da aquisição de algum Ready Node já certificado pela VMware. Neste link é possível escolher uma configuração desejada e verificar quais o Ready Nodes disponíveis com aquela configuração. Existem Ready Nodes dos principais fornecedores de hardware, entre eles DELL, HP, Hitachi, Lenovo e etc...

Por enquanto é isso! No próximo post vou falar sobre o licenciamento do VMware VSAN.

Outros posts da série VMware Virtual SAN 6.2: 
VMware Virtual SAN 6.2 – Parte 1 – Introdução
VMware Virtual SAN 6.2 – Parte 3 – Arquitetura VSAN

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